domingo, dezembro 28, 2008

Pode sempre ser pior

Aqui há uns belos anos era da opinião de que todos os prédios padeciam do síndrome d'"A Bruxa". Caracterizado pela existência de uma senhora idosa que, reside algures no edifício, se veste completamente de preto (Arrotem góticos, pensavam que eram originais? Estas tipas é que são old school) e é básicamente a pessoa mais desmancha-prazeres, refilona e chata que existe.
Havia uma no prédio de todos os meus amigos quando era puto, o que justificou o seu estatuto de constante. Confesso que no presente desconheço os inquilinos do pessoal mais chegado mas na altura o mundo era mais pequeno e conhecia-se toda a gente.
Desde que tive noção do ambiente que me rodeava que a senhora lá estava, no rés-do-chão, e quando ela se mudou, foi prontamente substituída por uma nova velha (que trocadilho fantástico). Esta conseguia ser ainda mais irritante em tudo o que fazia, de tal forma que quando certo dia evitou que fosse atropelado por um automóvel eu tivesse ficado zangado por ela se ter intrometido. De facto, no final do incidente preferia ter comido com o carro nas trombas, o que se calhar não teria sido a melhor das escolhas (Enfim, putos de 8 anos).
Eis senão quando o raio da velha também se mete a andar dali pra fora, deitando abaixo a teoria fruto de vários anos de pesquisa, e aparece um casal normalíssimo e que não chateava ninguém. E a paz reinou por longos anos.
Até que, finalmente, também eles foram para pastagens mais verdes, dando lugar aos actuais residentes. Faz pensar no que raio terá a casa de mal para se pirarem todos, serão os vizinhos de cima?
Após o colapso da anterior teoria, surgiu uma nova muito mais abrangente que pode ser utilizada numa panóplia de situações além velhas.
A teoria que domina agora é a "Pode sempre ser pior", porque por mais más que as coisas estejam podem sempre ficar piores.
Por exemplo, actualmente não vive nenhuma velha lá em baixo, no entanto são ainda piores do que uma velha alguma vez poderia ser. Basta dizer duas palavras, música alta. Apesar das velhas serem chatas e poderem interceptarem-nos em qualquer sítio, supermercado, entrada do prédio ou na rua em geral, havia um local onde sabiamos que estávamos completamente a salvo, dentro de casa. Ora isto não é verdade quando o problema é música alta, claro que se pode sair e tal mas eventualmente tem de se voltar.
Mas pode ser pior? Claro. Pode-se aumentar o volume, a frequência com que se põe a música a altos berros ou ainda a duração de cada sessão e ainda bem que não estamos nos EUA ou nalgum país com elevada proliferação de armas de fogo ou se calhar já tinha aparecido nos noticiários.

1 comentário:

menina de porcelana disse...

ora, Lau é um sítio onde não há prédios, logo também não há vizinhos(as) de baixo a pedir uns chumbos.

haverá outras coisas, sim, pássaros talvez, e uns cheirinhos a estrume convidadtivos!

:P